quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Observada!

Só o silêncio me observou!
Frágil e mudo, fala-me
Quando as palavras se calam
Grita-me o que quero e sinto!
Sábio, acolhe-me
E afaga-me, as vozes íntimas, da alma.
Só a lua me observou!
Presencia os meus apertos
E as minhas lágrimas
Mostra-me, fragmentos de mim
Ilumina-me de lume, o infinito.
Só a noite, me observou!
A madrugada por abrir, tímida
Acende, o rastilho das fogueiras
E ampara-me, voluptuosa.
Despe-me o frio, do corpo
Idolatra-me
E cede-me a eternidade.
Só o sol me observou!
Vigia-me as inquietudes
E os mutismos
Poetiza-me, alegrias radiosas
E risonhas
Toca-me e pinta-me, com quimeras.
Só o vento me observou!
Dá-me asas para voar
Desvia-me das nuvens carregadas
E protege-me a alma.
Maduro e sublime
Sussurra-me ao ouvido
Palavras suaves e perfumadas
Arrasta para bem longe, todos meus cansaços
E as saudades de ti…

Telma Estêvão

Sem comentários:

Enviar um comentário