quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

PÁSSARO TRISTE

Quando era paciência a rua era suave
corria o dia e a noite e a vida não cansava,
porque era amor o dia não se apagava
a noite só acendia a lua no quintal de estrelas.

Quando era verdade tudo era certeza
a mão era segura a voz era tecida de delicadeza
lençóis de linhos de amor eram postos em nossa cama
na grama o amor era costurado pela natureza.

Agora é espera silêncio,
dia que a noite escura quer cegar,
leito de espinho branco
incerteza que veio morar.

Agora a paciência não espera,
pois a vida cansada de correr da dor
me colocou presa a língua
o gosto amargo do rancor.

Pássaro pesado de asas longas
que abraça me e agarra me e me assombra
pássaro negro de olhos tristes,
voa voa pra longe... não faz de mim homem triste.

WASHINGTON ARRAES

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