sexta-feira, 30 de novembro de 2012

VIAGEM DE INVERNO
(JBMI)

Na primeira paragem com sumptuosidade obscena
livrei os olhos, a boca, o coração e a memória.

Entre linhas, a despeito de paralelas e carris
submeto a vertigem e a chegada a escrutínio.

(Onde assinalo vertigem melhor ficaria a voragem)
Espalhadas estão as folhas desta inglória viagem.

E se rabisco uma face, desboto com a lágrima
que esconde de lá (e de cá) a lembrança do sol ígneo.

Perderia pergaminhos, a mala e toda a fala
não fora ali já a pungente núvem cinza escuro

e o raio gongórico de catarse e estupefacção
requiem de outono caduco, embrião de inverno puro

com a memória a salvo mais os olhos e a boca
que de granizo e neve por cair vai enchendo o coração.

Porto, 27 de Novembro de 2012

José Brites Marques Inácio

(Imagem web/Google)
VIAGEM DE INVERNO
(JBMI)

Na primeira paragem com sumptuosidade obscena
livrei os olhos, a boca, o coração e a memória.

Entre linhas, a despeito de paralelas e carris
submeto a vertigem e a chegada a escrutínio.

(Onde assinalo vertigem melhor ficaria a voragem)
Espalhadas estão as folhas desta inglória viagem.

E se rabisco uma face, desboto com a lágrima
que esconde de lá (e de cá) a lembrança do sol ígneo.

Perderia pergaminhos, a mala e toda a fala
não fora ali já a pungente núvem cinza escuro

e o raio gongórico de catarse e estupefacção
requiem de outono caduco, embrião de inverno puro

com a memória a salvo mais os olhos e a boca
que de granizo e neve por cair vai enchendo o coração.

Porto, 27 de Novembro de 2012

José Brites Marques Inácio 

(Imagem web/Google)

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