segunda-feira, 5 de novembro de 2012

 A pequena-morte


Deixei que tocasses no meu ser e mergulhei no mais profundo dos mares
a profundeza desse mar é longa, na tua ausência mergulho no sonho das ondas,



a corrente a dançar com o tempo determina o  dia em que o meu corpo num altar coberto de algas aguarda por ti, homem do meu sonhar,  ao som do cântico dos cântigos também para mulheres concebido  recebe-te com o sorriso dos meus olhos a aguardar o beijo tão desejado

teus lábios cobrirão minha boca, minhas guerlas um pouco do teu oxigénio receberão

não te roubando o  poder da  criação

minha pele, tuas escamas uma fusão sem te roubar a protecção

meus braços, tuas pernas, nossa barbatana uma direcção



a minha ostra e o teu sabre uma carícia, um bailar empático por vezes doce e suave,

uma dança por vezes um amor ardente a bater na vida

com um rolar de olhos que nos leva à nossa profunda pequena-morte





Nuremberga, 31 de Outubro
©Maria do Rosário Loures 



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