FADO ALENTEJANO
Parti do meu Alentejo
seguindo sina bizarra.
Trouxe segredos dos cantes,
todo o encanto dos Montes
e a minha “voz” de cigarra.
Deixei a sua planície,
nómada cm’um cigano.
Hoje pr’a ter alegria
canto o fado noite e dia,
sou fadista alentejano.
Ai que saudades, montados,
de ouvir as “moiras”, tão belas,
dos pastores e das cantigas
das papoilas e das espigas,
dos trigais, em aguarelas.
Trouxe nas mãos a saudade,
saudades de ser quem era.
No meu peito há uma guitarra,
sigo alguns Deuses, com garra:
Marceneiro, Amália e Severa.
Lisboa, 4 de Dezembro de 1995
Manuel Manços
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