quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Tempo nosso

Fui namorar o mar
De mão dada com a tardinha
Beijou-me os pés
E acariciou-me o rosto
Voluptuosamente
Num enamoramento
De sede imensa de água fresca
Dádiva da minha fonte…

Ficámos na margem
Abrigo das ondas
As mesmas ondas
Que vestem um tempo todo nosso
Num convite ardente
Dos nossos corpos…
A estenderem semiadormecidos
Da exaustão da viagem…

E demoradamente
Sem dizer uma palavra
Sem fazer um gesto
Permanecer…
Demorar na alegria
Deste cantar poente
Matizado de sonhos
No estuário da noite…

Anúncio da surda ondulação
De nós…

Rosa Fonseca, in “Entre o mar e a alma”
Tempo nosso

 Fui namorar o mar
 De mão dada com a tardinha
 Beijou-me os pés 
 E acariciou-me o rosto 
 Voluptuosamente
 Num enamoramento
 De sede imensa de água fresca
 Dádiva da minha fonte…
 
 Ficámos na margem
 Abrigo das ondas
 As mesmas ondas 
 Que vestem um tempo todo nosso
 Num convite ardente
 Dos nossos corpos…
 A estenderem semiadormecidos
 Da exaustão da viagem…
 
 E demoradamente
 Sem dizer uma palavra
 Sem fazer um gesto
 Permanecer…
 Demorar na alegria
 Deste cantar poente
 Matizado de sonhos
 No estuário da noite…
 
 Anúncio da surda ondulação
 De nós…

Rosa Fonseca, in “Entre o mar e a alma”

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