quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

LÂMINAS

Na lâmina suave com que cortas e me entranhas
Nos versos gelados e frios que saem de mansinho
Com as penugens podadas, do coração.
Na lâmina breve com que sonhos se cortam
E se abortam faço minhas rimas sem nexo.
Queria apenas o descanso suave do colo
Que nunca viria, nem nunca virá.
Queria o mundo que jamais seria meu.
Imerso em detalhes.
Corsário, sem rumos.
Sem prumos ou primas.
Vacilo e não ando
Desando.
Meu andor é de barro
Meu mar é sem praia
Na areia me perco.
Depois desta ceia
Desato meu mundo
Que gira e não trama
Apenas sei lama
E nada me guia.
Mas amo meu mundo
Sem mar e sem lodo
Em mim mesmo afundo
O mundo que fio
E vou sem pavio
No frio da noite
Que como um açoite
Me diz: és feliz.
Tal credo me ilude
No medo que pude
Conter nos meus olhos
As lágrimas a mais.
E amo, te amo, nas ânsias da vida.
Que trará vida
No seio da morte.
Amor boa sorte
Que a minha perdi...



CONFRARIA LOURES

Sem comentários:

Enviar um comentário