segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

QUEM SOU?

Quem sou? Talvez água presa num açude,
o mítico sussurro dos montados,
a força, o sangue, no sulco dos arados?
Sou filho da planície nobre e rude!

Esta sede de infinito não me ilude!
Vivo na terra dos sonhos doirados!
Sou nobre e senhor, desço aos povoados,
onde tudo é Nobre e Senhor, amiúde.

Trago no peito herança moirama.
Minha tez morena rejubila e clama,
meu alfanje antigo já é lusitano.

Sou tão criança como o sol nascente!
Tão velho e triste como o sol poente,
o eco de ti próprio, Alentejano!

Lisboa, 16 Junho de 1973


Manuel Manços
QUEM SOU?


Quem sou? Talvez água presa num açude, 
                           o mítico sussurro dos montados,
                           a força, o sangue, no sulco dos arados?
                           Sou filho da planície nobre e rude!

 Esta sede de infinito não me ilude!
                            Vivo na terra dos sonhos doirados!
                            Sou nobre e senhor, desço aos povoados,
                            onde tudo é Nobre e Senhor, amiúde.

 Trago no peito herança moirama.
                            Minha tez morena rejubila e clama,
                            meu alfanje antigo já é lusitano.

  Sou tão criança como o sol nascente!
                            Tão velho e triste como o sol poente,
                             o eco de ti próprio, Alentejano!
                                                                                            
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                                                                 Manuel Manços

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