O GRITO
Um toque na derme
E sentimos gozo
Em corpo nu
Deslizamos suavemente
Numa insane paixão
Um grito
Um desejo
E não temos a noção do tempo
Os nossos corpos
Em simbiótico movimento
Alimentam-se de seiva
Somos dois amantes
Sem regras
Num respirar ofegante
De um amor transparente
Os nossos gemidos são constantes
Os nossos sons indecifráveis
As palavras ditas extasiadas
Impercetiveis no tempo
São amadas
Somos o mais belo movimento
De dois corpos nus de preconceitos
Somos eleitos
Estamos humidos de prazer
Somos uma bela representação
Num teatro aberto
Ao anoitecer
Não há assistentes
Não há ausentes
Nem palmas
Nem vaias
Somos os dois actores
No palco do contra regra
Onde o nosso grito
É o aplauso dos amantes
Por CFBB
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