segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O GRITO

Um toque na derme
E sentimos gozo
Em corpo nu

Deslizamos suavemente
Numa insane paixão

Um grito
Um desejo
E não temos a noção do tempo

Os nossos corpos
Em simbiótico movimento
Alimentam-se de seiva

Somos dois amantes
Sem regras
Num respirar ofegante
De um amor transparente

Os nossos gemidos são constantes
Os nossos sons indecifráveis

As palavras ditas extasiadas
Impercetiveis no tempo
São amadas

Somos o mais belo movimento
De dois corpos nus de preconceitos
Somos eleitos
Estamos humidos de prazer

Somos uma bela representação
Num teatro aberto
Ao anoitecer

Não há assistentes
Não há ausentes
Nem palmas
Nem vaias

Somos os dois actores
No palco do contra regra
Onde o nosso grito
É o aplauso dos amantes

Por CFBB

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